Como prevenir o suicídio entre adolescentes

Desde 2002 até 2017, a taxa de suicídio entre os jovens aumentou 10%. Por mais que esse crescimento tenha sido lento, ele foi constante, o que acende uma preocupação entre os especialistas. Saber reconhecer quando um adolescente considera a morte uma possibilidade, é a melhor prevenção que existe.

Karyne Correia

Psicóloga com mestrado na área, escritora e palestrante

3 artigos


15 de agosto de 2018

Somente quem já teve pensamentos suicidas sabe quão dolorosa a vida pode ser. Ao olhar dos demais, talvez seja um exagero. Mas, em muitos casos, para quem sofre, é uma dor que aparentemente só pode ser enfrentada com outra dor (automutilação, por exemplo) ou com a morte.

A automutilação e o suicídio são os principais problemas de saúde pública relacionados à adolescência. Nesta fase da vida é muito comum a ocorrência de comportamentos de autoagressão. E, de acordo com estudos, o suicídio é a segunda causa mais comum de morte de pessoas nesta dessa faixa etária em todo o mundo¹.

Entre os fatores de risco para suicídio de adolescentes estão eventos negativos da vida, tais como o divórcio dos pais, a morte dos pais, história de abuso sexual, dificuldades interpessoais, bullying e fatores psicológicos como impulsividade e baixa autoestima¹.

Como prevenir o suicídio e a autoagressão?

Estudiosos sobre suicídio e autoagressão entre adolescentes apontam algumas medidas preventivas¹. A seguir, estão algumas delas:

– Programas de treinamento em habilidades e bem-estar psicológico em escolas;

– Formação de guardiães (por exemplo, professores de escola, pares);

– Rastreio para identificar aqueles que podem estar em risco;

– Restrição do acesso aos meios utilizados para autoagressão e suicídio;

– Incentivo ao comportamento para buscar ajuda;

– Campanhas de sensibilização do público;

– Fontes de ajuda na Internet;

– Redução do estigma associado a problemas de saúde mental e à busca de ajuda;

– Intervenções psicossociais para adolescentes com risco de autoagressão ou suicídio (como adolescentes deprimidos, pessoas abusadas e crianças que fugiram de casa)

Talvez você não se sinta capaz de ajudar alguém que está em risco de tirar a própria vida. Talvez tenha até mesmo dificuldade em perceber que um adolescente está nesta situação. Mas você pode ser uma pessoa que não estigmatiza os problemas de ordem psicológica, assim como busca por auxílio profissional para tratar estes problemas. Além disso, esteja disponível para ouvir o outro sem preconceitos ou julgamentos precipitados, sendo uma pessoa de confiança para ele ou ela. Pareça-se mais com Jesus.

 

Referências:

¹Hawton, K, Saunders, K E A, & O’Connor, R C. Self-harm and suicide in adolescents. Lancet, Volume 379, Issue 9834, 23–29 June 2012, Pages 2373–2382

 

 

 

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