Leite materno: tudo que o bebê precisa

O leite materno é tudo que uma criança precisa até o 6º mês de vida. Por ser um alimento completo, seus benefícios impactam até mesmo a futura vida adulta da criança.

Marcela Borges

Enfermeira, mestre em Saúde Pública

28 artigos


14 de agosto de 2023

Um composto de anticorpos que protege o bebê de inúmeros problemas, como diabetes, hipertensão e obesidade na vida adulta. Por isso o leite materno é tudo que uma criança precisa!

Além disso, o alimento já está pronto, na temperatura ideal, não custa nada e é rico nutricionalmente. Simples assim!

Não só isso, mas o leite materno é de fácil digestão se comparado a qualquer outro leite e funciona como uma imunização: protegendo a criança de muitas doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias.

Sobretudo, amamentar é muito mais que nutrir o seu bebê, é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto e proteção! ❤ Por isso o leite materno é tudo que uma criança, ou melhor, o seu bebê precisa!

Consequentemente, essa interação entre mãe e filho traz repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender contra infecções e contribui com o desenvolvimento cognitivo e emocional

O leite materno é tudo de bom!

De acordo com a Unicef, que é o Fundo das Nações Unidas para a Infância, todos devem ter acesso às informações sobre a importância do aleitamento materno.

Sendo assim, colocamos em tópicos os pontos importantes sobre o aleitamento materno para a saúde da criança. Então, o leite materno é tudo que uma criança precisa porquê:

  • É capaz de reduzir em 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos;
  • Na primeira hora de vida, pode ser um fator de proteção contra morte neonatal;
  • Protege a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias;
  • Reduz risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes, sobrepeso e obesidade na vida adulta;
  • Contribui para um melhor desenvolvimento cognitivo;
  • Melhora o desenvolvimento da cavidade bucal,  sugar o peito é um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança, ajuda a ter dentes bonitos, desenvolver a fala e a ter uma boa respiração.

A mulher ganha ao amamentar

A gente já entendeu que o leite materno é tudo que uma criança precisa pois é o alimento mais completo disponível, certo?

Mas será que há vantagens para a mulher que amamenta? A resposta é sim! Dá uma olhada em como amamentar também faz bem para a mãe:

  • Protege a mulher contra o câncer de mama, ovário e útero;
  • Evita nova gravidez nos primeiros 6 meses após o parto, desde que o aleitamento materno seja exclusivo e a mãe não tenha menstruado;
  • Afasta a depressão pós-parto, obesidade e outras doenças como hipertensão e colesterol elevado;
  • Diminui os custos financeiros que seriam gastos com fórmulas e mamadeiras;
  • Favorece o vinculo afetivo mãe e filho; 
  • Melhora qualidade de vida da mãe uma vez que a criança amamentada adoece menos. Quando mãe e criança estão felizes, isso também repercute nas relações familiares.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 6 milhões de crianças são salvas a cada ano com o aumento das taxas de amamentação exclusiva até o 6º mês de vida.

A saber, a amamentação exclusiva é quando a criança recebe apenas leite materno, direto da mama, ordenhado ou de banco de leite materno, sem outros líquidos e sólidos, exceto medicações e suplementos minerais.

Mas, apesar de todas evidências cientificas provarem que o leite materno é tudo que uma criança precisa, além de ser superior se comparado as outras espécies de leites, as taxas de aleitamento materno no Brasil, em especial aleitamento exclusivo, ainda estão aquém do recomendado.

Mas amamentar pode não ser fácil!

De acordo com a MindMiners, empresa que realiza pesquisa digital, 40% das puérperas têm dificuldades em amamentar, precisando de ajuda para oferecer o leite materno para o seu bebê.

As mulheres que participaram da pesquisa disseram que dor, vazamento do leite e dificuldade com a pega do bebê ao peito é uma das principais dificuldades.

Com toda a certeza, a amamentação não requer apenas uma iniciativa da mãe, mas de toda a rede de apoio dessa mulher e seu bebê.

Conforme recomenda a Unicef, que é o Fundo das Nações Unidas para a Infância, “aquelas que não possuem confiança para amamentar precisam do estímulo e do apoio prático do pai da criança, bem como da família e dos amigos” .

Fora isso, agentes de saúde, organizações femininas, a mídia e os empregadores também podem oferecer o seu apoio.

Mulher amamentando bebê

E até quando as mães devem amamentar?

Bom, o recomendando é que as mães amamentem até os dois anos ou mais da criança. E, de forma exclusiva, até o 6º mês do bebê.

A partir do 7º mês, a mãe começa a transição alimentar oferecendo frutas e papas e segue com a amamentação continuada até os dois anos de idade ou mais.

Apenas para ficar claro:

A introdução precoce dos alimentos (antes sexto mês) pode levar a diarréia, hospitalizações por doenças respiratórias, aumento do risco de desnutrição (se os alimentos oferecidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno), menor eficácia da lactação como método anticoncepcional e menor duração da amamentação.

Fonte: Blog da Saúde

Leite materno: 10 passos para o sucesso

E aqui vão 10 dicas para as mamães terem sucesso na hora de amamentar seus filhotinhos!

1 – Fuja dos mitos!

Existem muitos mitos relacionados ao assunto, tais como: “seu leite é fraco!”. Não existe leite fraco! Todo leite materno é ideal para o bebê!

Ou ainda, “sua mama é pequena, você não terá leite!”. O seio não é reservatório de leite, ok? Ele desce conforme estímulo, independente do tamanho da mama.

Muitas ouvem também: “o bebê está chorando de fome!”. Atenção, mamães: crianças choram por diferentes motivos e não só por fome!

Por isso, busque orientações de fontes confiáveis e não se deixe levar por opiniões terceiras.

2 – Inicie o aleitamento materno logo após o nascimento

Assim que você pegar o seu bebê, deixe-o em contato com a sua pele! Prontamente, ele mostrará sinais de que está querendo mamar. É incrível esse momento!

3 – Tenha calma!

Antes de tudo, fique calma! Os primeiros dias são fundamentais para o sucesso, porém é um período de intenso aprendizado para a mãe e o bebê. Não se culpe se no início as coisas parecerem não funcionar, tudo bem?

4 – Amamente por livre demanda

Isso quer dizer: amamente sem restrições de horários e tempo de permanência da criança na mama.

5 – Posicione o bebê corretamente para a pega correta

Primeiro, com roupa confortável, que não restrinja os movimentos, posicione o bebê barriga com barriga (barriga da mãe com a do bebê), pescoço do bebê alinhado com o próprio corpo, queixo e nariz encostado no seio, sem obstruir a respiração da criança.

Já os lábios devem permanecer virados para fora, tipo “boquinha de peixe”, pegando grande parte da aréola e não apenas o mamilo. Você vai ver que a bochecha do bebê vai encher quando ele sugar.

Assim, a pega correta evita fissuras nas mamas e aumenta o estímulo de produção do leite!

6 – Leite, somente leite

Não ofereça para a criança bebidas ou alimentos até os seis primeiros meses.

7 – Não substitua os seios!

Não ofereça bicos artificiais ou chupetas. Nada substitui os seus seios!

8 – Se alimente bem

Claramente, a alimentação da mãe deve ser variada e saudável com um consumo de 500 calorias extras, pois amamentar requer muita energia!

Leite materno: infográfico
Fonte: Blog da Saúde

9 – Crie alternativas

Aprenda como amamentar e manter a lactação caso precise ficar separada do bebê (ordenha e armazenamento do leite). O leite pode ser oferecido no copinho.

10 – Busque ajuda!

O leite materno é tudo que uma criança precisa, por isso, se tiver dificuldades para amamentar, busque ajuda! Por mais que você queira muito que dê certo, talvez seja preciso o ajuda de pessoas especialista nisso.

Por exemplo, bancos de leite tem profissionais preparados para ajudar e é um serviço gratuito. Não tenha medo de pedir ajudar!

Esses profissionais ensinam a fazer a pega correta, a ordenha, mostram posições diferentes da amamentação para evitar fissuras e muitas outras informações necessária para esse momento inicial.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também preparou um conteúdo majestoso sobre o aleitamento materno. É só clicar aqui para aprender mais acerca da amamentação!

Por fim, converse com o pediatra do seu bebê sobre as dificuldades desta fase. Não passe sozinha o que você pode compartilhar com a sua rede de apoio!

Viva a maternidade e a beleza desta relação entre mãe e filho!

Se este post pode ajudar outras mulheres, então compartilhe!

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