Para funcionar 100%, o corpo humano precisa de uma série de vitaminas. E uma delas é a vitamina D, indispensável para a saúde dos ossos e outras partes do corpo, como o cérebro.
Nesse conjunto de vitaminas essenciais para ter saúde humana, é verdade que muitas vezes ficamos perdidos sem entender a função de cada uma delas.
Por isso, entrevistamos a nutricionista Ingrid Müller, do Centro de Nutrição e Dietoterapia, do Sanatório Adventista del Plata, na Argentina, para contar para que serve a vitamina D.
Você quer vida e saúde? Então preste atenção nessa entrevista!
Qual a importância da vitamina D para o ser humano?
A vitamina D é um hormônio esteroide essencial para o equilíbrio e funções do corpo humano. A vitamina D serva para prevenir o raquitismo em crianças e o enfraquecimento dos ossos em adultos, chamada osteomalácia, já que ajuda na absorção de cálcio nos ossos.
Além disso, favorece a absorção de cálcio e fósforo no intestino, aumentando a reabsorção desses minerais no rim. A vitamina D também atua no sistema imunológico prevenindo doenças autoimunes, melhora a capacidade cerebral e previne o câncer pela ação antiproliferativa de células tumorais.
A vitamina D tem relação com o sistema imunológico?
Sim, de maneira geral, a vitamina D tem efeito no sistema imunológico, favorecendo o aumento da imunidade. Por outro lado, estudos atuais mostram uma relação da deficiência de vitamina D com o surgimento de várias doenças autoimunes, como Diabetes Mellitus insulino-dependente, Esclerose Múltipla, Doença Inflamatória Intestinal, Lúpus Eritematoso sistêmico e Artrite Reumatoide.
Foi observado um importante papel da vitamina D para regular o sistema imunológico, onde ela pode atuar tanto para a prevenção como para o tratamento dessas e outras doenças infecciosas e inflamatórias.
Quais são as principais fontes de vitamina D?
Entre as principais fontes de vitamina D estão: síntese da pele pela exposição solar, alimentos naturais, alimentos funcionais e suplementos farmacológicos.
Porém, a exposição solar é onde podemos encontrar a maior fonte de vitamina D. Nos alimentos naturais de origem animal, os ácidos graxos de peixes marinhos e óleo de fígado de bacalhau são considerados as fontes alimentares mais ricas em vitamina D.
Os ovos, leite, manteiga, fígado e carnes de órgãos também contém vitamina D. No entanto, esses alimentos devem ser consumidos com cautela devido ao seu alto teor de colesterol.
É possível manter bons níveis de vitamina D somente através da alimentação?
Não é possível. A presença de vitamina D em alimentos de origem animal está disponível apenas em pequena quantidade.
É necessário complementar com alimentos enriquecidos e exposição solar por 5 a 15 minutos por dia, em horários apropriados, pelo menos no rosto e nos braços. 90% dos depósitos corporais dessa vitamina dependem da síntese da pele que ocorre pela exposição ao sol.
Se a principal fonte de produção da vitamina D é a exposição ao sol, como fazer isso sem correr o risco de desenvolver outros problemas, como o câncer de pele?
É muito importante conhecer os benefícios e riscos da exposição aos raios UV do sol, por isso alguns pontos devem ser levados em conta, como dedicar um tempo limitado à exposição direta da luz solar.
Quem quiser expor sua pele à luz do sol para aumentar a síntese de vitamina D deve estar ciente de que a exposição prolongada (por exemplo, tendendo a queimar ou a bronzear-se) é pouco provável que traga benefícios.
Para as pessoas de pele clara, a exposição à luz solar de áreas como braços, por curtos períodos de tempo, já fornece a quantidade necessária de vitamina D.
Para as pessoas com tons de pele mais escuros, pode ser necessário períodos mais longos de exposição. Mas a pele deve ser protegida.
O índice UV é um indicador importante para conhecer a força dos raios UV em qualquer área do mundo, em qualquer data e hora. Essas informações, combinadas com o tipo de tom de pele e o tipo de atividade, podem ser usadas para avaliar o risco de cada caso individual.
Quando é indicado o uso de suplementos de vitamina D?
Na tabela a seguir, detalhamos os níveis de vitamina D (25 / OH) que são suficientes:
A IOF (International Osteoporosis Foundation) recomenda níveis superiores a 30 ng/ml (75 nmol/L) de 25(OH) de vitamina D.
Portanto, pode-se afirmar que um suplemento na faixa superior das recomendações da IOF (1.000 UI/dia) aumentaria a probabilidade de os pacientes atingirem níveis de 30 ng / ml, em comparação com uma dose menor de suplementação.
A IOF também considera que a suplementação de vitamina D poderia chegar a 2.000 UI/dia para alguns pacientes: com osteoporose, exposição limitada ao sol (por exemplo, pessoas que permanecem internadas ou acamadas que ficam longos períodos de tempo dentro de casa), problemas na absorção da vitamina, obesos, entre outros.
Embora a substituição ou manutenção da vitamina D venha de uma fonte livre, por que muitas pessoas convivem com essa deficiência?
Uma alta insuficiência de vitamina D foi confirmada num estudo com uma população jovem e saudável. As causas mais prováveis disso seria o baixo consumo de alimentos ricos em vitamina D e a ausência de alimentos fortificados, juntamente com a pouca exposição direta aos raios solares.
Hoje uma grande maioria das pessoas trabalham em ambientes fechados, as crianças e adolescentes não brincam em áreas abertas por conta da violência, muitos escolhem atividades sedentárias para o lazer através das mídias eletrônicas.
Esse estilo de vida moderno pouco favorece a exposição solar, precisamos ser intencionais na escolha de atividades ao ar livre: andar de bicicleta, fazer caminhada ou dar uma saidinha no sol na hora do almoço. Tudo isso fará diferença!
É verdade que a manutenção de níveis adequados de vitamina D pode prevenir o câncer e outras doenças?
A deficiência de vitamina D está associada ao raquitismo e osteomalácia. Nas últimas décadas, numerosos estudos mostram um aumento do raquitismo nutricional.
Os estudos sugerem também que a vitamina D está envolvida na manutenção da imunidade natural, na prevenção de infecções, doenças autoimunes, diversos tipos de câncer, osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipos 1 e 2 e doenças psiquiátricas.
Qual seria o tempo necessário e o horário ideal de exposição solar para garantir a produção de vitamina D?
A exposição breve deve favorecer rosto, braços e mãos. A penetração da luz ultravioleta depende da quantidade de melanina na pele, do tipo de roupa, do bloqueio dos raios pelas janelas de vidro e do uso de protetores solares.
Uma exposição solar sensível pode durar cerca de 10 minutos nos braços e nas pernas, com especial cuidado com o rosto. O ideal é que aconteça duas ou três vezes por semana.
Este tipo de exposição fornece uma quantidade suficiente de vitamina D, tendo em conta que é muito reduzida durante os meses de inverno.
É importante levar em conta que, se crianças com mais de dois anos e adolescentes realizam atividades ao ar livre, elas teriam níveis adequados de vitamina D sem a necessidade de aditivos.
Em geral, a exposição solar por cerca de 15 minutos ao dia, é suficiente para garantir a síntese de vitamina D que o nosso corpo necessita.
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