Você sabe qual a receita para produzir uma mãe culpada? Os ingredientes são inúmeros, mas alguns são: expectativas frustradas, comparações com outras mães, múltiplas atividades, redes sociais maquiadas, relacionamentos tóxicos, etc.
As inúmeras atribuições impostas às mulheres com filhos, – ainda mais nesta sociedade da produtividade – revela viver uma maternidade em culpa para muitas delas.
E além da responsabilidade pela maternidade, sutilmente (e, muitas vezes, explicitamente) a mulher é pressionada no seu entorno a ser uma boa esposa, excelente profissional, pessoa preocupada com a autoimagem e desenvolvimento intelectual, ter uma vida social ativa e a por aí vai.
E claro, que ao tentar cumprir todos esses papéis, as mães descobrem que vivem sem tempo e que, infelizmente, é impossível fazer tudo o que deseja muito menos perfeitamente.
Como resultado de não conseguir tudo o que se espera, a mulher vive uma vida descontente, tornando-se a famosa “mãe culpada”, infeliz por nem sempre atingir o que se “esperam” dela, dentro de expectativas irreais da maternidade.
Diante disso, cansadas e culpadas, a grande maioria das mães gostariam de ter mais tempo ao lado dos filhos.
Mãe culpada e as pressões
Em uma pesquisa com mais de 5 mil mães brasileiras, 72% delas se sentem culpadas por trabalhar fora e quando questionadas se parariam de trabalhar, caso pudessem, 62% das mães responderam que sim.
Surpreendentemente, o se sentir como uma mãe culpada começa muito cedo: as mulheres sofrem por não ter o parto desejado, por não conseguir amamentar, por precisar introduzir fórmula, por não manter uma rotina adequada após o nascimento do bebê, por não conseguir oferecer a melhor dieta e por outras inúmeras cobranças.
Fora isso, algumas perguntas profundas rondam a mente da maior parte das mães:
- Será que estou fazendo tudo certo?
- Como ser uma mãe perfeita?
- Como conciliar trabalho e tempo de qualidade para os filhos?
- Por que não amo todos os momentos da maternidade?
- O que irão pensar de mim por ter esquecido a atividade escolar?
Além de toda essa pressão e a busca por entregar o que as pessoas esperam, soma-se as mães uma tremenda exaustão.
De fato, sentir-se cansada é normal e até faz parte da vida agitada das mães com a missão de se doar, pois afinal isso é parte do amar!
Mommy burnout existe!
Mas quando a sensação de cansaço se torna constante, gerando estresse, desmotivação e problemas no cotidiano, é momento de refletir sobre as causas e consequências dessa exaustão.
Afinal, o cansaço exagerado pode configurar um distúrbio psíquico, conhecido como “mommy burnout”, circunstância similar ao esgotamento profissional.
Mommy burnout é a síndrome de esgotamento na maternidade e, quando se chega a esse ponto, é preciso buscar ajuda e apoio profissional.
Mas alguns passos para a mudança são importantes, como conhecer os seus valores e saber quais quer passar para o seu filho.
Com toda a certeza, se a mulher está segura do que é importante, ela fica mais conectada consigo e com o filho, para criá-lo da melhor forma possível, sem esse sentimento de mãe culpada e cobrança externa.
E sem dúvida, os valores pautados no amor são o auge desta relação mãe e filho. Amor em atitude e não amor sentimental, tá!
Contudo, se lhe falta esse “amor-atitude”, busque em Deus o caminho! Ele é a fonte da paciência, bondade, compaixão, perdão, alegria, verdade, justiça. E Ele quer que seus filhos tenham tudo isso!
E você, quer que o seu filho se sinta amado? Então, primeiro, se encha desse amor, doe e, sem sem dúvida, ele se sentirá amado!
Você vai errar, e tudo bem por isso!
Ainda falando de culpa, uma m˜ãe mencionou que a sua maior dificuldade na maternidade é o sentimento de culpa, como se estivesse errando todo o tempo.
Antes de mais nada, vale dizer que, se você como essa mãe, estiver mesmo errando o tempo todo, não é o sentimento de culpa que vai te tirar desse lugar.
Então, pare agora mesmo de usar ferramentas de autodepreciação, elas não te levarão a lugar algum.
O que você precisa é se responsabilizar e se apoderar do problema de forma consciente, conseguir pegar a chave das algemas e abri-las. Só isso será capaz de mudar as circunstâncias.
É aprender com os erros, repensar, diminuir os danos e evitar repeti-los. E saiba, que na maternidade esse ciclo de autorreflexão e atitude sempre se repetem. E está tudo bem!
O principal é entender que assumir responsabilidades é viver sem o peso da culpa. De maneira a ser uma pessoa cada vez melhor e capaz de crescer em amor e empatia pelos filhos.
Agora, no caso de erros reais peça perdão aos filhos! Isso não é sinal de fragilidade, mas de justiça e amor expressos não apenas em palavras nos momentos de alegria, mas em atitudes nos momentos difíceis.
Enfim, você precisa pegar mais leve consigo mesma. Com toda a certeza, uma mãe que ama, acerta bem mais do que erra. E muitas das vezes que erra, ainda erra por amor.
Conhece outra mãe culpada? Então compartilha com ela este texto!
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