Obesidade: entrevista com endocrinologista

A obesidade cresce de forma assustadora em todo o mundo. Mas como conter este problema? Como não ser mais uma vitima desta doença que mata mais do que o terrorismo?

Alessandra Guimarães

Jornalista e Mestre em Comunicação pela Cásper Líbero

44 artigos


28 de fevereiro de 2019

O aumento da obesidade e sobrepeso é motivo de preocupação em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde reconhece o problema como uma pandemia, pois já atinge 2,1 bilhões de pessoas. Este valor representa quase 40% da população mundial.

Em 2017, a publicação médica New England Journal of Medicine, mostrou que as mortes em função do excesso de peso, no ano de 2015, foram superiores que as causadas por acidente de carro, Alzhmeimer e terrorismo somadas. Ao todo, 4 milhões de pessoas morreram em 2015 em função do sobrepeso.

Conter a obesidade é um desafio por estar relacionada ao estilo de vida moderno. Fatores como o aumento de trabalho em ambientes sedentários, o uso dos meios de transporte e entretenimentos que geram pouco esforço contribuem para essa triste realidade mundial. Sem contar a grande oferta e escolha de produtos não saudáveis, e a redução das horas de descanso!

Tudo isso – e muitas outras práticas do modo de viver da atualidade – colaboraram para o aumento do sobrepeso e da obesidade.

E por entender que este assunto é sério e precisa ser compreendido, convidamos a médica endocrinologista da clínica de tratamentos naturais e medicina do estilo de vida, Cevisa, Luísa Antunes, para falar sobre a obesidade.

O que é obesidade e o que ela pode causar?

Segundo a endocrinologista, “a obesidade é considerada uma doença crônica, definida como o acúmulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado, provocado por desequilíbrio nutricional associado ou não a distúrbios genéticos ou endócrino-metabólicos”.

O que preocupa é que a obesidade causa sérios problemas de saúde, pois ela é “fator de risco para uma série de doenças crônicas não-transmissíveis, tais como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, esteatose hepática, vários tipos de câncer, apneia do sono, doenças gastrointestinais e várias outras”.

(Se você quiser saber mais sobre a diabetes, nesta entrevista para o CEVISA, a Dr. Luísa Antunes fala um pouco mais sobre o assunto.)

E aí vai um alerta para quem está com alguns quilos a mais: essas gordurinhas indesejadas podem evoluir para o sobrepeso e, pior ainda, para a obesidade.

“Estar acima do peso, principalmente quando há acúmulo de gordura na região abdominal, já é um fator de risco para obesidade e doenças associadas a mesma”.

Mas como diagnosticar a obesidade? Para adultos, “o método mais utilizado para classificação da obesidade é o índice de massa corporal (IMC)”.

A fórmula para chegar ao resultado do IMC é a seguinte: peso atual (kg) / altura2(m2). Se você quiser saber o seu IMC, existem várias calculadoras onlines que farão a conta. Nós recomendamos a calculadora online da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Faça o cálculo e descubra em qual categoria você se encontra. Lembre-se: nunca é tarde para mudar de vida! 😉

Por que existem pessoas obesas?

De acordo com a endocrinologista, “as principais causas estão relacionadas ao estilo de vida, como hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, vícios, etc. Esses fatores são responsáveis por 85% dos casos de obesidade. Apenas 10% podem estar associados a distúrbios hormonais e metabólicos e 5% a fatores genéticos”.

Uma das razões da obesidade ter se tornado um problema de saúde pública mundial foi “a mudança de hábitos alimentares, principalmente a inclusão de alimentos industrializados ricos em açúcar, gordura, sal e produtos de origem animal”.

Além desses fatores, “a falta de exercício físico, horas de sono inadequadas, as doenças de saúde mental, como o estresse, ansiedade e depressão também tem contribuído de forma exponencial para o ganho de peso expressivo, inclusive na infância também”.

E qual seria o remédio contra a obesidade? Segundo a médica, “a melhor forma de prevenir e combater a obesidade e o sobrepeso, é a modificação no estilo de vida. Procurando rever os hábitos alimentares, se abstendo – ou diminuindo – ao máximo os alimentos industrializados, açúcares, sal e gordura. Além de ter a prática de exercício físico como uma atividade regular”.

Prevenir a obesidade depende de hábitos saudáveis

Como colocado anteriormente, “o principal tratamento é a modificação para um estilo de vida saudável, este é o que terá resultados eficazes e duradouros”.

Mas a médica faz um alerta sobre as mudanças: “o ideal é que seja feito com acompanhamento multidisciplinar: médico, nutricionista, educador físico e alguns casos se faz necessário também psicoterapia”.

Sobre o uso de medicações para a obesidade, eles “podem ser usados de forma bem individualizada, desde que o paciente faça uma consulta e acompanhamento com especialista”.

O que gera desânimo em muitas pessoas é perder peso mas, em pouco tempo, recuperar tudo novamente. A médica explica que “a maioria das pessoas que perdem peso, logo em seguida abandonam sua dieta, param ou diminuem os exercícios”, fazendo com que as medidas cresçam de novo.

Por isso, “o acompanhamento multidisciplinar com médico, nutricionista, psicólogos e educador físico se faz necessário na maioria dos casos”, para que essa volta aos velhos hábitos não ocorra.

“O sobrepeso e obesidade são desencadeados por causas multifatoriais, necessita de persistência, tratamento e acompanhamento de forma contínua. É de suma importância manter um programa de reeducação alimentar e exercícios físicos individualizados”.

Nosso objetivo é te incentivar a ter uma vida saudável, por isso, nós temos três dicas de ouro para ficar bem longe do sobrepeso e da obesidade são: adote uma alimentação saudável e equilibrada; descasque mais e desembale menos e tenha uma rotina de exercícios físicos!

Mas você está com dificuldades para ter melhores hábitos para uma vida saudável?  Deixe aqui nos comentários quais os seus maiores desafios!

 

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