Falar sobre o suicídio não é fácil! A ideia de que o tema gera incômodo e desconforto faz com que pessoas que sentem vontade de morrer se escondam em sua dor.
E para romper com esse tabu, o mês de setembro foi separado mundialmente para trabalhar a conscientização sobre o suicídio e, assim, tentar diminuir os números de casos que, infelizmente, não param de crescer!
Só pra ter uma ideia, no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 800 mil pessoas por ano chegam a óbito por mortes autoprovocadas.
E pasmem! Esse número é maior do que os casos de homicídios anuais ao redor do globo. Por isso, o suicídio é um problema grave de saúde pública.
Aqui no Brasil, os números também assustam. Em média, a cada 45 minutos, uma pessoa tira sua própria vida. Mortes prematuras que poderiam ser EVITADAS.
No entanto, o que assusta bastante é que o suicídio entre adolescentes que vivem nas grandes cidades brasileiras aumentou 24% em quase 10 anos, segundo pesquisa realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e publicada na Revista Brasileira de Psiquiatria.
Mas por que as pessoas se matam?
Então, tem gente que pensa (e, muitas vezes, fala): “Fulano não tem motivo para sentir vontade de morrer!”. Esse pensamento EQUIVOCADO é o que faz milhões de pessoas sofrerem suas dores emocionais em silêncio.
Porém, a vontade de morrer não deriva apenas de uma vida complicada, com privações ou dificuldades. O sentimento de colocar um fim em tudo pode atingir qualquer tipo de pessoa, independente da idade ou classe social.
Mas segundo a cartilha “Suicídio: informando para prevenir“, produzida pela Associação Brasileira de Psquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), existem dois fatores de risco principais para o suicídio:
- Tentativa prévia: Pessoas que já tentaram tirar a própria vida têm de cinco a seis vezes mais risco de tentar outra vez. A estimativa é que metade daqueles que se suicidaram já tinham tentado antes;
- Doença mental: Quase todos os indivíduos que se mataram tinham algum transtorno mental, em muitos casos não diagnosticado, não tratado ou não tratado de forma adequada.
Sobre os transtornos psiquiátricos, os mais comuns incluem depressão, transtorno bipolar, transtorno de personalidade e transtorno bipolar.
É claro que nem todos que põe fim a vida sofrem de algum transtorno emocional. Porém, o suicídio e a depressão possuem uma forte relação porque 70% das pessoas que tiram a própria vida sofriam de depressão.
Quem comete suicídio, na maioria das vezes, não tem vontade de morrer. É isso mesmo! Pareceu confuso? A gente explica…
A pessoa que põe fim a vida – ou que possui ideações suicidas – na verdade deseja dar fim à sua dor e acabar com os problemas que parecem não ter solução.
Quando esta pessoa sente que não há mais saída possível, a ideia da morte torna-se a solução mais rápida. Ou seja, a vontade de morrer é uma fuga da realidade.
O papel de quem ouve um desabafo sobre esse assunto é importantíssimo.
Por isso, é preciso LEVAR A SÉRIO quem fala sobre se matar. A forma como lidamos com alguém que pensa nessa alternativa pode servir como resgate da esperança ou um empurrãozinho para a tomada de decisão.
O que fazer para evitar o suicídio de alguém?
Antes de uma pessoa apresentar o desejo de morte, alguns sinais como desleixo com o autocuidado, falta de apetite, automutilação, mudanças de humor, reclusão ou qualquer mudança brusca de comportamento, são evidências que as coisas não estão bem.
Então, se uma pessoa apresenta comportamentos diferentes do habitual, fique atento!
Depois dessa observação, em uma conversa leve e de coração aberto, você deve perguntar se algo está acontecendo. O problema pode vir de vários canais!
Seu papel, então, é INCENTIVAR a busca por um tratamento com psicólogo ou psiquiatra! Esses profissionais são únicos capacitados para tratar pessoas com problemas emocionais.
Outros sinais também denunciam os pensamentos suicidas de um indivíduo. Por isso você deve ficar atento e não ignorar esses alertas! Comentários do tipo:
- “Vou desaparecer.”
- “Vou deixar vocês em paz.”
- “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar.”
- “É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar.”
- “Se eu não existisse as coisas seriam melhores.”
Então, para a prevenção real do suicídio, o mais importante, é a quebra de tabus! Falar sobre o suicídio é importante para a prevenção.
Dessa forma, quando você dá atenção ao problema da pessoa, você mostra a ela que ela não está sozinha. Que a vida é muito melhor do que a morte! ?
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