A fibromialgia é uma doença caracterizada por dor generalizada crônica. É um processo que deteriora seriamente a qualidade de vida de pessoas que sofrem com o problema, afetando principalmente mulheres, sendo as causas das escolha do gênero desconhecidas.
A dor, acompanhada da sensação de queimação, geralmente se concentra nas áreas musculares, tendíneas, articulares e viscerais. Em muitos casos, apenas um simples toque ou fricção na pele, é o suficiente para sentir o desconforto.
De acordo com a intensidade da dor, a fibromialgia pode ser leve, moderada ou grave. Isso dependerá do impacto na funcionalidade da pessoa. A evolução é flutuante ao longo do tempo, sendo pior a dor no período da manhã que está associada à rigidez e dificuldade de mobilização.
Situações de maior quietude, como viagens ou longas horas de trabalho sentadas em um consultório, pioram as dores. Por isso, o movimento, a atividade física e os exercícios de alongamento melhoram a situação, pois estimulam a circulação.
Outra questão que pode agravar o curso e a intensidade da dor são as mudanças climáticas: muito quente ou muito frio. Situações de estresse também podem desencadear crise.
Além da dor, a fibromialgia está associada à fadiga crônica, distúrbios do sono, dificuldade de concentração ou memória; síndrome do intestino irritável, corpo rígido, desconforto abdominal, dormência ou formigamento; dor no peito e tonturas. É por isso que é fundamental abordar essa patologia a partir da interdisciplinaridade.
A fibromialgia e a fadiga crônica
A Síndrome de Fadiga Crônica é uma condição associada à fibromialgia, mas não necessariamente ligada as patologias. A fadiga crônica é também uma entidade clínica reconhecida por todas as organizações médicas internacionais e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esta síndrome se caracteriza por fadiga intensa que não pode ser revertida com repouso habitual e que piora com atividade física e mental. É uma doença que pode afetar seriamente a qualidade de vida da pessoa afetada.
O diagnóstico dessas duas patologias é eminentemente clínico, não pode ser diagnosticado por exames laboratoriais ou radiológicos. Durante o exame físico geral, a mobilidade articular, o equilíbrio muscular e o exame neurológico são normais e não há sinais de inflamação articular.
Embora a causa seja desconhecida, há evidências crescentes de uma base genética que é expressa em certas circunstâncias e que condiciona uma resposta anormal do sistema nervoso.
Qual remédio trata a fibromialgia?
Embora as dores da fibromialgia se reflitam nas regiões musculares, não há processos inflamatórios nessas regiões, por isso os anti-inflamatórios não reduzem a dor nesse quadro.
Um dos neurotransmissores afetados na fibromialgia é a serotonina, essa substância é importante para a regulação da dor. É por isso que um dos tratamentos farmacológicos usados é a reposição da serotonina, presente nos antidepressivos. Mas para esclarecer, a fibromialgia não está necessariamente ligada à quadros depressivos. A evolução da doença é crônica, mas o prognóstico pode ser melhorado com um diagnóstico precoce, informações corretas e uma abordagem terapêutica adequada.
Não há tratamento curativo até agora, mas há evidências de resultados com tratamentos interdisciplinares. O tratamento se concentra primeiro em informações; técnicas de alongamento; respiração e relaxamento; terapia cognitivo-comportamental para controle da ansiedade; higiene do sono; atividade física, etc. Há pesquisas que sugerem uma dieta isenta de glúten, pois ajuda na redução da dor e também na sensação de cansaço que os pacientes com fibromialgia apresentam.
É verdade que o tratamento farmacológico não funciona da mesma maneira em todas as pessoas, pois não há medicação que sozinha possa eliminar todos os sintomas. Mas algumas combinações de medicamentos ajudam a reduzir a dor, melhorar o sono e reduzir a tensão muscular. E isso realmente faz uma grande diferença no estado geral de quem sofre com o problema. A combinação de disciplinas melhora os sintomas do paciente e o seu prognóstico.
*Dra. Evangelina Melgar, psiquiatra no Serviço de Assistência Social ddo Sanatório Adventista Del Plata
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