Mauro é um homem ativo, no vigor dos seus 57 anos. Ele estava assistindo a um seminário de um curso de capacitação na empresa em que trabalha quando começou a sentir-se mal.
Enquanto seus colegas o levavam para o carro, ele caiu. Aparentemente, por ter perdido a força do lado direito do corpo.
Mauro estava tendo um AVC. Em outras palavras, uma doença grave que tem levado a morte de milhões de pessoas no mundo.
Mas o que é AVC?
O Acidente Vascular Cerebral é conhecido popularmente por “derrame cerebral” e tem dois tipos principais: o Isquêmico e o Hemorrágico.
No caso, o AVC isquêmico ocorre quando um vaso sanguíneo fica obstruído e o sangue não consegue passar para levar oxigênio e nutrientes para determinada parte do cérebro. Ele é o mais comum, sendo 85% dos casos de AVC.
Já o AVC do tipo hemorrágico acontece quando um vaso sanguíneo rompe-se e o sangue vasa para dentro do cérebro.
O AVC é um dos maiores problemas de saúde de nossa sociedade moderna; cerca de uma a cada seis pessoas terá um AVC ao longo da vida.
Além disso, uma em cada dez mortes é causada por ele. No Brasil, o AVC é a segunda causa de mortalidade.
E o mais dramático do AVC é que pouco se pode fazer depois que ele acontece. Fora isso, um grande número de pacientes ficará com sequelas pelo resto de suas vidas.
A história de Mauro pode muito bem ser a nossa ou a de alguém que amamos, o importante é saber que não precisa ser assim.
Quais os fatores de risco?
Entenda que, na medicina, usamos a expressão “fator de risco”, que se refere a características que temos ou coisas que fazemos e que aumentam nossa chance de ter uma determinada doença.
A idade é o mais importante fator de risco para o AVC; quer dizer que, quanto maior a idade da pessoa, maior será sua chance de ter AVC.
Isso é assim porque o AVC, na maioria das vezes, acontece por causa de degeneração dos vasos sanguíneos, algo que leva muito tempo para se estabelecer.
Outro fator de risco é o histórico familiar; a chance de ter AVC aumenta se os pais ou avós tiveram.
Os dois fatores de risco citados acima têm em comum o fato de não termos controle sobre eles; a nossa idade e nossos pais não estão sob nossa escolha.
Mas há outros fatores que dependem de nós e do estilo de vida que escolhemos.
Como evitar um AVC?
Basicamente, o estilo de vida irá contar bastante. O Dr. Louis Caplan, a maior autoridade mundial quando se fala em AVC, diz em seu livro “Stroke”que, para evitar o AVC, as pessoas teriam que fazer algumas mudanças.
Essas mudanças seriam parar de fumar, evitar a bebida alcoólica, fazer exercícios regularmente, separar tempo para o lazer, evitar engordar, e diminuir a ingestão de comidas ricas em gordura e colesterol.
O especialista diz isso porque os principais fatores de risco “modificáveis” são hipertensão (maior fator de risco para o AVC hemorrágico também), diabetes, altos níveis de colesterol, tabagismo, alcoolismo, obesidade e sedentarismo.
Além desses, é importante, também, que pessoas que tenham problemas cardíacos façam regularmente suas consultas e sigam as orientações dadas pelo seu cardiologista.
O que fazer ao suspeitar que alguém está tendo um AVC?
Bom, há três atitudes simples que podem identificar um AVC.
Primeiro, Pedir para a pessoa sorrir e ver se existe alguma assimetria em sua face.
Segundo, pedir que a pessoa levante os braços. Observe se existe fraqueza em um dos lados.
E, por último, observar a forma como a pessoa fala e se há alteração.
Ao notar qualquer anomalia nesses pontos, deve-se chamar o Serviço de Urgência imediatamente.
Cada minuto corresponde a milhares de neurônios salvos ou perdidos. Como dito antes, há pouco o que fazer depois que ocorre um AVC.
Por fim, o que temos nas mãos para evitar um AVC, é a decisão por um estilo de vida melhor.
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