Qual a relação entre estresse, saúde física e mental?

Brian Distelberg, especialista da Universidade de Loma Linda, discute o impacto dessa junção de fatores

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27 de junho de 2019

O estresse tem mais impacto na saúde física e mental do que a maioria das pessoas consegue perceber.

Esta afirmação é do diretor de pesquisa do Centro de Medicina Comportamental da Universidade de Loma Linda, Estados Unidos, Brian Distelberg.

O diretor também dirige o programa Mend, uma iniciativa que ajuda pessoas s e suas famílias a manter ou recuperar a saúde emocional e o equilíbrio durante uma doença ou tratamento médico importante.

Distelberg concedeu uma entrevista para o portal Loma Linda University Health e revelou as conexões inesperadas entre estresse e saúde física e mental, e qual poderia ser a solução para esse quadro.

O que é estresse?

Bom, essa é uma pergunta difícil porque, em termos acadêmicos, não há definição. Mas este é o termo que usamos no mundo cotidiano, e isso pode significar coisas diferentes para cada pessoa.

Por exemplo, alguém pode se sentir estressado por conta de um barulho alto, provocando uma reação de estresse no nível psicológico, que é chamado de estresse cognitivo.

O estresse pode vir de dificuldades financeiras, relacionamentos tóxicos, trabalho ou até mesmo por ser apenas humano.

Isso acontece no nível biológico e cria uma reação bioquímica no corpo que envolve não apenas nosso cérebro, mas também vários processos corporais diferentes.

Vida estressante: longo prazo e curto prazo

A duração e a severidade do estresse fazem uma enorme diferença em como seu corpo pode reagir.

Estresse prolongado ou intensificado pode ter um efeito mais longo sobre o corpo do que um estresse sério, mas de curto prazo.

Se ocorre por um longo período de tempo, também aumentam as chances de um problema de saúde física ou mental se desenvolver ou piorar.

Quais sistemas corporais podem ser afetados?

Uma área popular da ciência atualmente está focada em identificar como o estresse afeta o corpo como um todo.

A angústia prolongada tem demonstrado ter um efeito no corpo. Frequência cardíaca aumentada, respiração acelerada e outras reações “de momento” são alguns efeitos que o estresse causa.

Se essa angústia persistir em longo prazo, isso pode exigir um custo. Em um nível biológico, estamos começando a ver que certas doenças são “baseadas no estresse” ou “ligadas ao estresse”. São doenças como asma, diabetes e certos distúrbios da dor. 

Quem são os mais estressados?

Existe todo um campo da ciência chamado “pesquisa de disparidades em saúde”, que examina os resultados de saúde com base em raça, etnia ou status socioeconômico.

Os indivíduos que são de baixa renda estão tendo mais consequências negativas na saúde.

Não diríamos que eles são mais suscetíveis ao estresse, mas estamos percebendo que eles tendem a estar desproporcionalmente sob mais estresse.

Esses grupos mostram resultados de saúde mais negativos porque vivem em comunidades onde os impactos ambientais são mais altos para eles. A idade também pode ser um fator.

Essa pesquisa envolve adolescentes e sugere que sua faixa etária pode ser mais suscetível aos efeitos do estresse negativo, como o esgotamento das capacidades cognitivas. 

Por outro lado, nos indivíduos com mais idade, parece haver algumas ligações entre níveis elevados de estresse e uma progressão mais rápida da demência ao longo do tempo.

Como administrar tudo isso?

Não podemos evitar completamente o estresse. No entanto, uma pessoa pode combater esse mal construindo sua resiliência.

Cada pessoa pode tolerar um nível diferente deste incômodo, mas a melhor opção é exercitar a resiliência.

Por fim, outras maneiras de lidar com o estresse é ter uma dieta saudável, dormir o suficiente e se exercitar. E, é claro, é preciso se relacionar com outras pessoas e procurar ajuda.

Janelle Ringer, Loma Linda University Health e Adventist Review

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